Perguntas frequentes > DIU com Cobre
-
O DIU causa doença inflamatória pélvica?
O DIU não causa doença inflamatória pélvica; a infeção por clamídia e gonorreia são as causas diretas de doença inflamatória pélvica. Entretanto, se o DIU é inserido em uma mulher com infecção por clamídia ou gonorreia ela poderá desenvolver doença inflamatória pélvica. Quando isso ocorre, é mais provável nos primeiros 20 dias depois da inserção. Estima-se que, em um grupo de mulheres em que as IST são comuns, e a anamnese identifica metade dos casos de IST, poderia ocorrer 1 caso de doença inflamatória pélvica para cada 666 inserções de DIU (ou menos de 2 por 1.000).
-
Mulheres nos extremos da vida reprodutiva podem usar o DIU?
Sim. Não há um limite mínimo ou máximo de idade. O DIU deve ser removido depois da menopausa (12 meses após a última menstruação).
-
Deve-se remover o DIU de uma usuária portadora de IST ou que apresenta risco individual muito alto para infectar-se?
Não. Se uma mulher desenvolve uma IST depois da inserção do DIU, ela não está especialmente em risco para doença inflamatória pélvica por causa do DIU. Ela pode continuar usando o DIU enquanto recebe o tratamento para a IST. A remoção do DIU não leva a nenhum benefício e pode aumentar o risco para uma gravidez não planejada. Reforce a orientação para o uso do preservativo e outras estratégias para a prevenção de IST no futuro.
-
O DIU causa infertilidade?
Não. Após a remoção, a mulher engravida dentro do mesmo tempo que uma mulher que nunca usou o DIU, mas a fertilidade diminui à medida que a mulher envelhece. Estudos bem controlados não encontraram aumento o risco para infertilidade em mulheres que foram usuárias de DIU, incluindo mulheres jovens e nulíparas. Independentemente de usar ou não o DIU, uma mulher que desenvolve doença inflamatória pélvica e esta não é tratada, terá risco para tornar-se infértil.
-
Uma mulher que nunca teve filhos pode usar o DIU?
Sim. Uma mulher que nunca teve filhos geralmente pode usar o DIU, mas ela deve estar ciente de que é maior a probabilidade de expulsão porque seu útero pode ser menor do que o útero de uma mulher que já teve filhos.
-
O DIU pode sair do útero da mulher para outras partes do corpo, como o coração ou o cérebro?
O DIU nunca se move para outras partes do corpo fora do abdome. Normalmente o DIU permanece dentro do útero, como uma semente dentro de uma concha. Raramente, o DIU pode atravessar a parede uterina até a cavidade abdominal. Isto acontece mais frequentemente por erro durante a inserção. Se o diagnóstico é feito nas primeiras 6 semanas ou imediatamente após a inserção, o DIU deve ser removido por laparoscopia ou laparotomia.
-
Uma mulher deveria ter um “período de descanso” após usar um DIU por vários anos ou depois de usar um DIU até o seu prazo de efetividade?
Não. Isto não é necessário, e poderia ser perigoso. A remoção de um DIU antigo com inserção imediata de um DIU novo provoca menos risco de infecção do que dois procedimentos separados. Além disso, a mulher pode engravidar durante o “período de descanso”.
-
Deve-se fazer antibióticos de rotina antes da inserção do DIU?
Geralmente não. Estudos recentes realizados em serviços onde as IST não são comuns sugerem que o risco de doença inflamatória pélvica é baixo com ou sem antibióticos. Quando se faz anamnese cuidadosa, com as perguntas necessárias para o rastreamento de IST, e a inserção é realizada com os procedimentos adequados para a prevenção de infecções (incluindo a técnica no-touch), o risco de infecção é baixo. Entretanto, o uso de antibióticos deve ser considerado em áreas onde as IST são comuns e os recursos para investigação para IST são limitados.
-
O DIU deve ser inserido somente durante a menstruação?
Não. O DIU pode ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual se há certeza razoável de que não está grávida. A inserção durante a menstruação pode ser um bom momento porque é improvável que esteja grávida e a inserção pode ser mais fácil. Entretanto, durante a menstruação não é fácil observar sinais de infecção.
-
A inserção do DIU deve ser negada a uma mulher que não quer fazer a verificação dos fios?
Não. Não se deve deixar de inserir um DIU porque a mulher se recusa a verificar os fios. A importância da verificação dos fios tem sido supervalorizada. Não é comum a saída do DIU, e é raro que ele saia sem que a mulher perceba. A saída do DIU é mais provável nos primeiros meses depois da inserção, durante a menstruação, em mulheres cujo DIU foi inserido no pós-parto, pós aborto de segundo trimestre e em nulíparas. A mulher pode checar os fios do DIU para assegurar-se de que ele está no local.
-
O DIU aumenta o risco para gravidez ectópica?
Não. Ao contrário, o DIU reduz enormemente o risco para gravidez ectópica. Gravidezes ectópicas são raras entre usuárias de DIU. A taxa de gravidez ectópica entre mulheres usuárias de DIU é 12 por 10.000 mulheres por ano. A taxa de gravidez ectópica entre mulheres nos Estados Unidos que não usam nenhum método anticoncepcional é 65 por 10.000 mulheres por ano. Nas raras ocasiões de uma gravidez por falha do DIU, 6 a 8 de cada 100 dessas gravidezes são ectópicas. Portanto, a grande maioria das gravidezes após falha do DIU não são ectópicas. Ainda assim, como a gravidez ectópica pode ser trazer risco à vida da mulher, o profissional de saúde deve estar consciente de que uma gravidez ectópica é possível em caso de falha do DIU.
-
Quais são as vantagens do DIU com cobre e prata (TCU 380Ag) em relação ao DIU com cobre convencional (TCU 380A)?
O DIU com cobre e prata (380Ag) tem um fio de cobre, cujo núcleo é de prata, enrolado na haste vertical do DIU. No T-Cu-380-A, o fio de cobre não tem núcleo de prata.
A presença de prata é somente para estabilizar o cobre e impedir a sua corrosão, o que é um evento muito raro. O DIU com cobre e prata (TCu 380 Ag) tem duração de efetividade de 5 anos, enquanto o DIU com cobre convencional (TCu 380 A) tem duração de efetividade de 10-12 anos. Os estudos não mostram diferenças no desempenho clínico na comparação desse DIU com outros modelos. Portanto, não há nenhuma vantagem clínica para se optar pelo DIU com cobre e prata.
-
Uma mulher pode engravidar usando o DIU, mesmo estando posicionado corretamente?
A possibilidade de engravidar com o DIU é menor do que 1% no primeiro ano de uso e a possibilidade nos anos seguintes é bem menor. Uma certa proporção dessas gravidezes ocorre se o DIU não está bem-posicionado na cavidade uterina. Entretanto, o fato de que o DIU esteja bem localizado, totalmente dentro da cavidade uterina, não garante 100% de que não haverá uma gravidez. O DIU com cobre é um dos três métodos reversíveis que tem uma probabilidade de gravidez menor do que 1% no primeiro ano, mas não é 100% eficaz. Não existe ainda um método contraceptivo 100% eficaz.
-
Uma mulher que apresenta cistos ovarianos ao ultrassom pode colocar um DIU?
A mulher que tem cistos ovarianos pode optar por usar o DIU como método anticoncepcional. A grande maioria dos cistos ovarianos detectados em exames de ultrassonografia são cistos funcionais que desaparecem espontaneamente. Cistos pequenos, cujas paredes são lisas, não devem causar nenhuma preocupação. Entretanto, cistos maiores ou com paredes irregulares devem ser acompanhados e, eventualmente, devem ser retirados cirurgicamente. A decisão sobre a conduta deve ser definida pelo médico responsável e a mulher. O DIU com cobre não previne nem aumenta a chance de que a mulher tenha cistos ovarianos.
-
O DIU é abortivo?
Definitivamente, não. O DIU evita a gravidez porque interfere com a mobilidade e vitalidade dos espermatozoides, que não conseguem chegar ao encontro do óvulo fecundável que está na trompa de Falópio. Ou seja, o DIU impede a fecundação, que é a união do espermatozoide com o óvulo, que dá origem ao embrião.
-
O DIU com Cobre interfere na libido, ou desejo sexual, da mulher?
O DIU com cobre é colocado dentro da cavidade uterina e não interfere com o desejo sexual da mulher. Estudos clínicos mostram que o DIU não afeta a libido da mulher. A libido da mulher depende de muitos fatores e não tem relação com a presença do DIU com cobre dentro do útero.
-
É possível reposicionar o DIU?
É possível, mas não recomendável. Se o DIU não está na posição adequada, ou seja, se parte dele está fora da cavidade uterina, seja no canal cervical, ou incrustado na parede uterina, a recomendação da OMS é retirá-lo e colocar um novo DIU, obviamente, se a mulher deseja seguir usando o método. Recentemente foi publicado um trabalho mostrando que, em alguns casos, o DIU pode ser reposicionado com uma intervenção não invasiva que deve ser realizada por um médico capacitado com monitoramento por ultrassonografia. O trabalho mostra resultados de menos de 100 casos e os resultados não permitem recomendar que se generalize como prática de rotina nos postos de saúde.
-
O DIU com cobre altera o fluxo menstrual?
Sim, as alterações do fluxo menstrual são os efeitos secundários mais comuns. As alterações mais frequentes são o aumento da quantidade do fluxo e os sangramentos irregulares. É importante que a usuária saiba que o fato de ter menstruações mais abundantes não é perigoso para a saúde e, em geral, o volume do sangramento diminui depois de alguns meses, e os ciclos vão ficando mais regulares. Entretanto, algumas mulheres que continuam com as alterações menstruais e não se adaptam têm o direito de solicitar a retirada do DIU e podem escolher o DIU com hormônio ou qualquer outro método da sua escolha.
-
É preciso sedação para inserir o DIU?
Não, em geral, o procedimento é simples, rápido e praticamente indolor. Excepcionalmente, quando a usuária sente muita dor ou solicita, pode-se oferecer anestesia local ambulatorial e, em casos extremos, pode estar indicada a sedação.
-
Durante quanto tempo é normal sentir cólicas e escapes após a inserção do DIU?
Não existe um período padrão. O mais importante é informar à usuária que as cólicas fora do período menstrual podem aparecer nas primeiras semanas de uso, assim como os sangramentos irregulares ou manchas. Em geral, esses sintomas vão diminuindo de frequência e intensidade. Eventualmente podem durar alguns meses até um ano. Os anti-inflamatórios não esteroidais podem dar alívio transitório para esses sintomas.
-
É necessário realizar algum exame antes da inserção do DIU?
O único exame que deve ser realizado antes da inserção do DIU é o exame ginecológico com espéculo e toque vaginal. Se há suspeita de anemia, pelo exame clínico e/ou antecedentes, pode ser importante fazer um hemograma. Em mulheres com comportamentos de risco de adquirir infecções de transmissão sexual (ITS) pode ser recomendável fazer exames para detectar clamídia, sífilis, gonorreia e HIV. Não é necessário ter um exame recente de prevenção de câncer de colo nem ultrassonografia pélvica.
-
Quanto tempo a mulher deve ficar sem sexo após inserir o DIU?
O DIU protege contra a gravidez desde a inserção, e não é necessário usar anticoncepção de apoio. Após a inserção, seja no intervalo intergestacional, pós-parto ou pós-aborto, a recomendação é evitar o sexo três ou quatro dias após ou esperar até que pare o sangramento para evitar o risco de uma eventual infecção após a inserção.
-
O parceiro sente alguma diferença na relação?
Não. O DIU fica posicionado dentro da cavidade uterina e o parceiro não sente nada diferente na relação porque o pênis não entra na cavidade uterina durante a relação sexual. É pouco frequente, mas algumas usuárias de DIU comentam que o parceiro sexual se queixa de incomodidade durante a relação porque sente o fio do DIU. Nesses casos, muito pouco frequentes, o médico pode cortar o fio rente ao orifício externo do colo para que o mesmo não entre em contato com o pênis durante a relação.